Esta semana celebramos a Semana da Leitura e do Português no nosso agrupamento.
O tema deste ano é: "PALAVRAS DO MUNDO".
Os pais de alguns meninos do 5º A (João Dinis) e do 5º B (Alexandre, Luísa e João Dinis) disponibilizaram-se para partilharem connosco as suas leituras.
A mãe da Luísa leu o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen "Catarina Eufémia", escolhido pela filha.
O pai da Luísa leu um poema de Vinicius de Moraes "Enjoadinho".
A mãe do Alexandre escolheu o livro de Pedro Seromenho " As gravatas do meu pai"
gravatas do seu pai, se tornaria num senhor alto
e importante! Por isso resolveu experimentá-las
uma a uma, fossem estas felizes, preguiçosas,
«O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método ubíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua»
O pai da Luísa leu um poema de Vinicius de Moraes "Enjoadinho".
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
A mãe do Alexandre escolheu o livro de Pedro Seromenho " As gravatas do meu pai"
Esta é a história de um menino que tinha pressa
de crescer. Ele achava que, se usasse uma dasgravatas do seu pai, se tornaria num senhor alto
e importante! Por isso resolveu experimentá-las
uma a uma, fossem estas felizes, preguiçosas,
apaixonadas, aventureiras ou despistadas.
Mas nenhuma condizia com aquilo que sentia.
E no final ganhámos uma gravata para oferecer ao nosso pai!
A mãe do João Dinis escolheu o livro "A mala assombrada".
A Mala Assombrada recupera o imaginário do sobrenatural, muito presente numa determinada fase de crescimento das crianças. Aqui, a assombração é um fantasma que persegue dois irmãos, um de nove anos com medo de tudo e um de cinco anos, que pelo contrário, não tem medo de nada.
O pai do João Dinis (5º A) escolheu um texto de Laura Chaves - "História de um lápis".
No final presenteou-nos com um lápis ... que, certamente, irá também contar a sua história!!
Muito obrigada!
Gostámos muito da vossa presença e disponibilidade!!
O pai do João Dinis (5º A) escolheu um texto de Laura Chaves - "História de um lápis".
No final presenteou-nos com um lápis ... que, certamente, irá também contar a sua história!!
Muito obrigada!
Gostámos muito da vossa presença e disponibilidade!!
3 comentários:
O poema expressamente escolhido pela aluna Luísa, do 5.º B, e lido pela sua mãe, é da autoria de Sophia de Mello Breyner Andresen e intitula-se "Catarina Eufêmia":
«O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método ubíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua»
Obrigada pela sua correção. A informação já está atualizada. Na altura não tomei nota de tudo.
Gostei muito deste passatempo pois ajudou nos a enriquecer o nosso vocabulário:)
AnaRita Rodrigues Lopes 5B
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